segunda-feira, 17 de junho de 2013

Haddad: Não seja um tecnocrata, seja um Estadista! #2



É incrível que Haddad, em meio a todos esses confrontos, tenha medo de "abalar" a relação de sua administração com a do governo do estado, a relação dele com Alckmin. Ele parece subestimar o potencial desse movimento "grass-roots" de minar a supremacia do PSDB-SP e de reembaralhar as cartas em todos os níveis da federação: porque da passagem do ônibus, a coisa segue pra passagem do metrô, do metrô para os pedágios, dos pedágios para a privatização da educação de qualidade, da saúde de qualidade, ao custo de se ter uma moradia digna, em direção a tudo o que pesa como uma bigorna no custo de vida de todo mundo.

Ainda que tenha uma participação massiva do movimento estudantil nesse levante, todas essas são bandeiras que em algum momento serão as bandeiras políticas da assim chamada nova classe média, que emergiu nos 10 anos de governo nacional do PT e que ninguém sabe ainda se será politicamente conservadora ou progressista.

Claro, Haddad tem o temor do aprendiz de feiticeiro, de falhar ao tentar manejar forças maiores que ele mesmo. Mas Haddad é o principal nome do PT a médio prazo. E se ele não se distanciar do PSDB, vão acabar abraçados se afogando. Caso Haddad não se coloque como um verdadeiro protagonista político nesse momento, todas as bandeiras que estão sendo erguidas agora -- pelos estudantes, mas futuramente pela nova classe média -- poderão ser apropriadas e retorcidas por algum outro personagem político ainda mais à direita que o Alckmin (porque tudo sempre pode piorar e esse movimento, quando se repetir, poderá acontecer como tragédia e como farsa).

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